COLUNA SAQUE
INQUIETANTE
Todo cuidado é pouco com a proposta de mudanças no exercício ministerial no STF, com prazo definido de atuação, espécie de mandato. Aparentemente democrática e simpática, a ideia, como indica, retira do cargo de ministro o caráter de função de Estado e partidariza o processo. Coloca a Suprema Corte sob o embalo da onda político-eleitoral. Um perigo institucional.
RESERVA
Valioso para a afirmação do Estado democrático de direito, o projeto de despolitização dos quartéis. O problema se agravou muito nos quatro anos de Bolsonaro. O Ministério da Defesa promete concluir o texto ainda este mês. Para ser candidato ou ocupar cargo político, o militar tem de ir para a reserva. Está correto, quem detém as armas não pode atuar politicamente.
DISPOSIÇÃO
A regulamentação das redes sociais é outra questão vital para a sobrevivência e aperfeiçoamento da democracia que o governo Lula decidiu encarar. A eleição de 2018 foi infectada pela onda criminosa das fake news em massa, interferindo diretamente na vontade popular, e a tragédia só não se repetiu ano passado pela firmeza do TSE com Alexandre de Moraes na presidência.
PIADA
Fora da bolha da extrema direita, soa como anedota as críticas de Sérgio Moro ao advogado Cristiano Zanin, cotado para substituir Lewandowski no STF. Não tem moral para tanto. O ex-juiz da Lava Jato, hoje senador (UB-PR), que largou a magistratura para ser ministro de Bolsonaro, está desmoralizado internacionalmente pela parcialidade e abuso de poder.
DEVOLUÇÃO
A expectativa é, na sessão desta quarta-feira, o pleno do TCU obrigar Bolsonaro a devolver, imediatamente, as joias dadas pelos sauditas, que ele, ilegalmente, mantém a posse. Bolsonarista de carteirinha, o ministro Augusto Nardes, que ano passado fez apologia golpista, apenas impediu o ex-presidente de usá-las ou vendê-las. Isto é, passou “panos quentes”.
